terça-feira, 3 de maio de 2011

Comemoração do 25 de Abril na Escola José Falcão de Miranda do Corvo

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

Como já vem sendo habitual nesta escola, realizou-se no dia 29 de Abril um conjunto de actividades integradas nas comemorações do 25 de Abril. Trata-se de uma iniciativa da Professora Anabela Monteiro, que conta com a colaboração do Grupo Disciplinar de História e de outros elementos da Comunidade Educativa.

A organização do evento, comemorativo dos 37 anos da Revolução dos Cravos, esteve a cargo da Turma do 12º ano do Curso de Humanidades (da referida professora).




O programa iniciou-se a meio da manhã com o hastear da Bandeira Nacional, enquanto os alunos e os presentes cantavam o Hino Nacional.




A comemoração prosseguiu com a actuação de um grupo de alunos que animaram o evento com algumas danças coreografadas de canções de Abril, nomeadamente a conhecida "Grândola Vila Morena".

Para relembrar o espírito e os ideais de Abril, os alunos do 12º ano vestiam t-shirts alusivas com cravos impressos na parte da frente. Nas costas, a frase:
"É importante que não deixemos murchar o cravo que Abril floriu."

A segunda parte do programa, aberto a toda a comunidade, iniciou-se pelas 21 horas, no auditório da escola, onde foram convidados de honra, o General Augusto Monteiro Valente, capitão de Abril, e a conhecida cambatente anti-fascista, Dr.ª Odete Santos.



Os alunos do 12º ano (Turma B) foram os grandes protagonistas da noite, pois foi da sua responsabilidade a apresentação do programa: começaram com a entoação de duas canções de Abril - "E Depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, e "Grândola Vila Morena", de José (Zeca) Afonso; seguiu-se o Hino Nacional, cantado por todos. Fizeram, depois, uma breve síntese das causas da Revolução de Abrill e apresentaram os convidados (Biografia do General Monteiro Valente; Biografia de Odete Santos)




O General Monteiro Valente discursou sobre "Os Códigos da Revolução" - os códigos utilizados pelos militares nas transmissões de comunicações durante o movimento revolucionário; prestou também importantes esclarecimentos acerca das causas do desencadear da Revolução.


Numa pequena pausa entre os dois discursos, duas alunas do 5º A declamaram poesia relacionada com o 25 de Abril.


Seguiu-se o discurso da Drª. Odete Santos, subordinado ao tema "Liberdades". De uma forma que cativou o público, Odete Santos falou sobre a opressão no tempo da Ditadura Salazarista, focando a actuação da Censura e da PIDE/DGS, da falta de liberdade de expressão, da discriminação e das diferenças na educação de homens e mulheres. Terminou o seu discurso declamando a parte final do poema "As portas que Abril abriu" (J.C. Ary dos Santos):


E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!

Por insistência do público, não se livrou Odete Santos de declamar o poema "Calçada de Carriche" (António Gedeão), o que lhe valeu uma grande ovação do público, pela expressividade e brilhantismo com que o fez e que a todos muito agradou.

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
...



Com este evento comemorativo dos 37 anos da Revolução de Abril , o Grupo disciplinar de História e os alunos do 12º B aqui deixam a mensagem: não deixemos murchar o cravo que Abril floriu! Não deixemos ninguém cerrar as portas que Abril Abriu!
Hoje, muito do conseguido foi abandonado... a crise que atravessamos deve levar-nos a reflectir no passado, na libertação da Ditadura, na conquista da liberdade e nos valores de Abril. Em tudo o que de lá para cá conquistámos. Porque, como referiu Odete Santos no seu discurso, os males de hoje não são culpa do 25 de Abril. Há, pois, que reafirmar os valores que nos fizeram avançar há 37 anos e que fizeram de Portugal um país melhor!

GDH